20 de outubro de 2010

Coisas e coisas...


O que eu odílio!!!

Uma coisa que aprendi desde muito cedo na minha carreira é manter minha vida pessoal e opiniões que não são de interesse geral (por assim dizer) muito longe da copa ou cozinha!
Uma chefe uma vez me disse isso e, por uma razão que não sei explicar, guardei este conhecimento para todo o sempre!
Não tem nada a ver com preconceito, é uma questão de observação e lógica. Veja, se você conta uma história qualquer na cozinha, ela automaticamente vira fofoca e chega ao conhecimento de todos os frequentadores do ambiente. Até mesmo quando você comenta apenas com uma pessoa, talvez sua amiga de baia... mas é porque a gente esquece que a copeira ou faxineira (que estão sempre por ali) pode dar livre interpretação da sua história e tornar a sua vida uma comédia pública!
Por conta disso, nas últimas empresas sempre mantive uma relação de educação e relativa distância dos profissionais desta área. Com isso evitei fazer parte da panelinha que discutiu a moral da minha chefe (aliás, uma das melhores chefes imediatas que já tive), não fiz parte da comissão a "mocinha do RH só quer ferrar com a gente" (as mocinhas do RH nesta empresa sempre foram minhas amigas pessoais - até hoje! e eu, inclusive, tive meu período de mocinha do RH que rouba horas de quem fica dentro do escritório na hora do almoço!!).
O fato é que aqui, onde habito neste instante já, também procurei manter a mesma postura. A primeira mocinha entrava falava algumas frivolidades, limpava a minha mesa e saia feliz. A segunda eu tinha que caçar pelos corredores e quase implorar para ela vir retirar o lixo da sala do meu chefe. E, por fim, a atual pensa que é minha amiga... eu dei atenção para ela, expliquei como a banda tocava por estas bandas (tipo, aqui tem que limpar, não pode esquecer de fazer isso e tals) e só, nada de contar a minha vida ou de eu perguntar sobre a vida dela.
Ou seja, o que faz a pessoa pensar que estou interessada em ouvir reclamações sobre a patroa dela ou sobre o que ela tem que fazer da vida? No começo relevei, mas como a pessoa mantinha a postura inadequada para o nosso grau de relacionamento profissional, resolvi evitar ambientes em que eu fique sozinha com a pessoa ou quando é mesmo inevitável e a pessoa começa a querer me contar algo irrelevante para o andamento da limpeza do andar, falo um atah ou hu-hum e saio!

Outra coisa que me irrita são pessoas que tentam forçar uma amizade que não existe. O ambiente aqui é de pessoas que trabalham há anos juntas, mas que não tem vinculos umas com as outras, ou seja, se alguém aparece querendo te chamar por apelidos e fazer comentários como se fosse seu amigo de infância... destoa! Além da pessoa ser odiada por (quase) todos, ela é incoveniente e do meu ponto de vista é o C... da área!
Hoje, por exemplo, eu vim de roxo e preto... uma blusinha nova e soltinha que comprei!! Daí, o C... me segue pelo corredor só para dizer "ei, hoje você veio de bruxinha?"
Minha reação foi ignorar, "bruxinha, atah!" e sair andando sem olhar para trás. Vem cá, quem te deu a liberdade de fazer um comentário desses sobre a minha pessoa? E se eu me ofendo? E se eu resolvo responder "bruxinha, não. sou é macumbeira e vou botar o teu nome na macumba!!" ?
Cada uma, né?

O que eu AMO!!

Comprei o segundo livro da Denise Fraga, intitulado "Travessuras de Mãe". Ando lendo ele assim: em doses homeopáticas. Não é história corrida, são vários e escolhidos a dedo artigos publicados na Revista Crescer.
Daí, que cada um conta uma situação e ontem, por acaso, me deliciei com um sobre pequenos rituais familiares. Aqueles rituais que marcam a nossa infância e que nos remetem a momentos inesquecíveis!!!
Quando éramos pequenos, todo domingo tinha café com leite na casa da vó. Vinha meu pai do trabalho, a gente almoçava e mais a tardinha ia toda a família para casa da vovó para o encontro semanal e café da tarde.
As crianças (nós) eram sentadas num banquinho de madeira que o vovô mandou fazer especificamente para este fim. Só as crianças se sentavam lá e eu, magrelinha, tinha medo de sentar na ponta e quando os outros levantassem, eu cair no chão. Acho que cai uma ou duas vezes, não sei. O fato é que criei um pavor por sentar na ponta do banquinho!
Papai foi embora, vovó morreu e nunca mais teve café da tarde.
Aos domingos, comíamos qualquer coisa... pastéis, esfihas... mas nada de pão e café!
Daí, veio Edu.
No começo, ele me levava para a casa dos pais dele para o café da tarde e, não demorou muito, comecei a ir buscar um pãozinho com ele, no final da tarde para ele comer lá na casa de mamis! Assim, sem compromisso... às vezes, minha mãe até fazia outra coisa para comermos, mas o Edu preferia o pãozinho com manteiga (Amélia, que virou o vício dele).
Mudou mais uma vez quem sentava na cabiceira da mesa e, agora, oficialmente, o café da tarde na casa da vó é na casa da minha mãe!
Acho que a vovó lá no céu deve dar uma risadinha quando vê eu e o Edu chegando com o pãozinho e minha mãe pondo água pra ferver... Junta a filharada com os respectivos cônjuges, naquele alvoroço em torno da mesa, para tomar o café. Por enquanto, só tem um neto... Dandan fica todo charmoso, olhando seu copinho com café preto e repetindo com um sorriso maroto "tá tente!"...
Às vezes, a gente leva o nosso café da tarde para a casa do vovô. Daí, lá somos os netos novamente... e meu vovozinho fica feliz em ver os bisnetinhos correndo pela sala! Guenta coração, que logo, logo tem o Caio fazendo parte desta farra também!!

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