10 de janeiro de 2012

E hoje faz um ano...

A mãozinha dele com 1 mês

que eu me tornei mãe. Engraçado porque não estou com a sensação de que é aniversário dele, como se fosse aniversário da minha mãe ou do Edu, mas como se fosse uma vitória nossa.

Um ano de família, de chorinho de madrugada, de tirar febre, de não chorar quando ele toma vacina, de ficar calma quando ele se engasga.

De não me sentir culpada quando ele cai porque está aprendendo a se levantar sozinho. E de ficar orgulhosa de ver como ele cresceu e já consegue caminhar "de lado" fazendo o contorno do bercinho.

De ficar brava porque ele prendeu o dedo no rack da sala e achar graça depois.

De passar horas e horas olhando o rostinho dele, que agora cismou em ter dentinhos.

E cortar o cabelo dele e ficar morrendo de remorso de ver ele chorar porque tem um monte de cabelinhos fazendo cosquinha no nariz dele.

E aquela sensação de dever cumprido quando eu vejo ele dormindo no peito do pai dele e ver os dois dormindo... dá vontade de fazer o tempo parar e pedir mais um minutinho para ver aquele dois meninos dormirem tão tranquilos.

Desmame


Eu juro que comecei este post, salvei, e hoje fui procurar nos rascunhos e não encontrei nem uma letrinha se quer... sniff, sniff!!!
Então, vou começar tudo de novo.
O Caio começou a tomar leite artificial em setembro/11 porque comecei a estudar e com todas as refeições do bb, a minha produção de leite foi caindo lentamente e, por isso, não conseguia extrair com a bomba o suficiente para ele tomar durante o período em que eu fico no curso.
Daí, fui aumentando as doses ao longo do dia e em outubro, já eram 3 mamadeiras, contra 2 mamadas no peito.
É em novembro, por conta do casamento de uma amiga, ele ficou sem a mamada dos sonhos e ficou numa boa. Ficou sem a mamada pós almoço e nem sentiu falta. Daí, pensei que para ele seria uma boa encerrar a amamentação materna a partir daquele dia.
De fato, ele não sentiu falta... mas eu?
Vixe, senti muita falta, afinal, a amamentação é um momento único entre mãe e filho. É aquele momentinho em que ele se aconchega nos seus braços e fica quietinho. É o carinho que não dá para descrever, mas acho que é o melhor carinho que a gente pode dar a um filho.
Não tive febre, não fiquei com as mamas empedradas. Foi tão natural que nem a pediatra dele poderá me condenar...
Mas tem dias em que pego ele no colo e ainda sinto que falta alguma coisa. É um misto de culpa e sensação de abandono.
Coisa doida que é ser mãe... rs

4 de janeiro de 2012

2012






Sonho não!
(Ricardo Boechat)


Um amigo jornalista falava-me dia desses sobre o eterno duelo entre idade e sobrevivência profissional. De memória, listamos veteranos companheiros que estão por aí, à procura de um lugar ao sol nas redações. Entre um nome e outro, torcíamos com fé para que consigam voltar ao mercado... "A esperança é uma coisa muito boa; talvez a melhor delas", divagou Nilo, repetindo o bilhete deixado pelo fugitivo Andy Dufresne (Tim Robbins) para o também ex-presidiário Ellis Redding (Morgan Freeman), no filme "Um Sonho de Liberdade". A frase voltou quando a ISTOÉ me pediu este pequeno artigo sobre o que espero de 2012.

Ano-Novo sempre inspira projeções otimistas e fugir desse tom é atravessar o samba. Quem não gosta de Ano-Novo, definitivamente, bom sujeito não é. E tudo isso se deve à esperança, à necessidade humana de enxergar um amanhã melhor, sempre melhor. Mesmo assim, confesso que não lido bem com a esperança. Ela é a gêmea bem-intencionada da perversa ilusão. Enquanto esta frauda a realidade, engana sentidos e a inteligência, aquela expressa apenas algo positivo, desejado, mesmo que seja apenas nuvem. Ainda assim, admitamos todos, nenhuma data é tão propícia quanto o Ano-Novo à mistura nociva dessas duas irmãs de caráter tão distinto.

Podem conferir: nos votos que recebemos e, principalmente, nos que ouvimos – de autoridades, religiosos, misses... – as expectativas para o Ano-Novo vêm repletas de ilusões embrulhadas como esperança. É claro que todos queremos a paz mundial, o fim da miséria, a cura do câncer, a morte do Sarney. Mas a História mostra que isso é ilusão. Ainda assim, a cada dezembro somos massacrados pela mesma cantilena. Judeus e árabes ainda se matarão por muito tempo; fundamentalistas seguirão explodindo multidões; a fome continuará dizimando milhões e as guerras estarão entre nós por muitos séculos...

Sendo assim, não vou me iludir clamando aos deuses inalcançáveis por um 2012 melhorzinho. Apenas buscarei o possível, o palpável, na expectativa de melhorar ao menos a vida ao alcance de nossos olhos. Nada de querer do governo o fim da corrupção, do Judiciário transparência, da Chevron a verdade, do Pimentel a cabeça... É até covardia jogar tal fardo sobre os ombros de 2012.

Assim, meu pleito para o Ano-Novo é dirigido à Prefeitura de São Gonçalo, no Grande Rio. Ali, no Hospital Municipal Luiz Palmier, a dona de casa Maria Daiana Braga, 17 anos, perdeu seu bebê após esperar três dias por socorro adequado. Ela não quer o filho de volta, é claro. Mas apenas o prontuário médico sem informações falsas – como o que lhe foi entregue – para que possa ir à luta nos tribunais.
Será pedir muito para 2012?

Fonte: Revista Isto É em 04-01-2012.