16 de setembro de 2012

Caio 1 ano e 8 meses

Faz tempo que não falo do desenvolvimento do pequeno e como temos vivido.
Em primeiro lugar, tenho que admitir que nunca esteve nos meus planos ficar tanto tempo longe do meu batchoco. Eu imaginei que encontraria um emprego a meia hora de casa (como num cartório a +/- quatro quadras de casa), mas não foi o que consegui. Então, Caio, desde julho, fica das 7h às 19h na escolinha e, claro, cada vez mais, faz manha para ir embora...
Como pode alguém gostar tanto da escola? Na segunda, depois do final de semana inteiro com a gente, ele até faz festa quando eu chego, mas na quarta ele tenta fugir de mim, é mole? Quinta ele se joga para o colo das tias e nem quero pensar na sexta...
Ele anda por todo lado, começou a falar mamãe e canta "cuduro" da novela das oito... Canta e dança as músicas da novela, é hilário!!!
Oi-ôôô, oi-ôô... Lindo!!!
Outro dia, por exemplo, estava assistindo Glee (que para quem não sabe é um seriado bem musical), ele ficou em pé no cercadinho e começou a dançar ao som da música... ficamos eu e Edu babando!
E, tenho que confessar, não consigo tirar a manha dele. Desde que voltei a trabalhar, o Caio passou a se jogar no chão, toda vez que tentamos tirar ele de um lugar onde ele não pode ficar ou quando tiramos algo da mão dele. Às vezes, chega a chorar com lágrimas e soluços.
Eu sei que tenho minha parcela de culpa... ele é filho único, ficou na UTI Neonatal e a qualquer espirro corremos com ele para a pediatra. Mas nunca fui de deixar ele fazer o que queria, quando queria, então, ainda não sei dizer onde estou errando.
Sempre tive pavor de ter um filho mimado, daqueles que fazem escândalo em supermercado ou que batem nas pessoas... Fico com medo da manha ir evoluindo e não conseguir conter, sabe?
Quando dou bronca nele ou tento explicar que ele não pode se jogar no chão e ele para de se jogar, tenho a impressão de que só pode ser na escola. Será que as tias deixam ele fazer tudo o que quer? Não estou lá para ver... Uma coisa que já descobri a respeito delas é que dão para ele comer coisas que não dou em casa, como biscoito de polvilho e pipoca inteira (eu dava só a parte branquinha).
Uma coisa eu tenho certeza: é um prazer e uma responsabilidade imensa educar uma criança. Às vezes, sinto que não vou fazer direito, mas quando vejo ele se relacionando com as outras crianças, ganhando abraços apertados da prima ou correndo com o primo pela sala, tenho a impressão de que não sou tão ruim assim!

A vidas nas indústrias ACME

Primeiro que eu fiz muita entrevista. Fiz tantas, que no dia da entrevista para este emprego respondi de qualquer jeito, e ouvi a menina dizer Big Four sem saber do que se tratava, já que a vaga era confidencial.
Neste dia ouvi sobre uma vaga que nunca existiu de fato. A agência de emprego explicou que se tratava de uma vaga para um pool de secretárias e que se algum dia eu tivesse que ficar depois do horário, poderia trocar com uma das minhas colegas, já que parte do mês não posso contar com o Edu para pegar o bebê na escola.
A única coisa real da descrição dada é que atenderia um grupo grande de executivos, que no caso são 10.
Eu imaginei um lugar onde tudo era muito dinâmico, onde teria um papel importante, mas ledo engano.. não foi nada disso que encontrei. Nas indústrias ACME tudo é muito burocrático e moroso, as minhas atividades são quase robóticas... na verdade, todas as secretárias fazem exatamente as mesmas coisas e do mesmo jeito, assim, quando uma tem que sair de férias, pode-se colocar outra qualquer no lugar, sem prejuízo para os executivos atendidos.
Na entrevista disseram que tem um plano de carreira para o meu cargo, fiquei fascinada, mas chegando aqui descobri que o tempo médio entre um nível e outro é de 5 anos, outra coisa que observei é que se leva em conta mais o nível de inglês que a experiência das secretárias.
Como disse uma amiga minha, é absurdo que alguém com 14 anos de experiência tenha o mesmo nível de uma recém formada inexperiente!
Bom, como em todo lugar o pessoal que traz o dinheiro tem todos os benefícios e vantagens, mas o pior é que nós que somos reles mortais e não ganhamos nem o mesmo valor de refeição do que eles, recebemos emails com informações sobre o plano de carreira deles, acho absurdo receber cobrança de inclusão de metas no sistema de coaching, sem se quer ter um coach!!
Por outro lado tenho que agradecer, depois de um ano como funcionária pública e mais um ano de licença maternidade, estou num lugar onde não há correria e nem sangria para nada. Tenho uma coisa para fazer hoje, outra coisa para fazer amanhã, mas nada de mil coisas ao mesmo tempo e hora extra todo dia.
Tem dias que é tedioso, afinal imaginava a minha vida como quando eu era estagiária na GM... cheia de atividades, ligações, reuniões para organizar... Ao contrário, passo dias inteiros estudando ou enviando emails para as amigas.
Uma coisa que percebi é que não tenho o estilo deles, trocaria todos estes advogados e contadores por centenas de engenheiros... rs
Sinto saudades de falar um palavrão, de usar um jeans na sexta-feira e usar blusas da Hering com calça social para vir trabalhar. Engenheiros nem ligam se você usa Melissa para ir ao trabalho, mas contadores sim... Em teoria, sou obrigada a usar salto alto, acreditam? A sorte é que ninguém leva esta regra tão a sério e consigo vir de sapatilha umas 2 vezes na semana.
Acho que empresa tem que cobrar um traje apropriado, mas não me obrigar a usar salto, né? Acredito que minha competência seja mais relevante do que a minha capacidade de me equilibrar num salto 15.
Por tudo isso e muito mais que só sabe quem vive this life experience estou de olho no mercado e nos concursos.