23 de novembro de 2010

Conexão São Paulo-Milão

Esta história não começa no dia em que uma adolescente magrela cruzou a sala de aula, após um período de convalescença de uma doença (grave?). Nem, tãopouco, quando as mais assanhadas da sala quiseram ser amigas dela para ficar mais próximas do seu irmão.
Foi depois, mas acho que este é o prefácio: a garota entrou pela sala, as outras queriam o irmão dela, mas não consigo lembrar a partir de que momento ela passou a sentar na mesa em frente da minha.
Porque, veja, eu não era das que queria o irmão dela e era um tipo que passaria batido numa sala com tantas garotas (última turma de secretariado do antigo ensino técnico).
Porque não me lembro? Deve ser porque não se junta uma típica patricinha (ah, sim, você era!) e uma garota de jeans surrado, com sua única blusa de frio que tinha e um par de tênis furado. Difícil imaginar, mas acho que ou eu era uma boa ouvinte ou eu tinha um bom papo, quem sabe?
Depois, eu não fiquei com o menino que ela disse que gostava, mesmo sendo "afim" dele e ele estando "afim" de mim. A gente brigou por isso (não por causa do menino, mas porque ela não concordava que gostasse mesmo dele) e não tenho certeza se foi assim que nos distanciamos.
Ela saiu da Volks, eu entrei na GM e tinha as amigas em comum, e assim, fui acompanhando a vida dela de longe. Emails vão, emails vem... e ela planeja viajar para os Estados Unidos. Eu não precisava ir na despedida dela, afinal, despedidas são para os amigos próximos, mas eu senti que tinha que ir. Não sei se para desfazer a imagem do tênis furado ou se para ver se ela ainda usava faixa branca no cabelo e camisa pólo vermelha.
Eu estava lá e Edu comigo, para eu não me sentir tão deslocada, entre tanta gente desconhecida.
Mais emails, uma porção infinita de fotos e um gringo no meio do caminho. (Acho que a história começa aqui!).
História de filme da Julia Roberts ou da Sandra Bullock... rs Ele lá, ela aqui, até que foi eles aqui por um bom tempo.
Eles se casaram, nós nos casamos, eu engravidei e eles se foram.
E, agora, parece que a Itália ficou logo ali. Acho que a distância só fez a gente ficar mais unida, nos nossos emails, nossos blogs. Ela me socorre lá de Milão, conhece o meu filho pelos meus relatos (será que não exagero?), me conta suas aventuras no velho mundo, trocamos dicas culinárias, falamos do tempo, do emprego, da família, dos cachorros.
Hoje somos como aquelas duas garotas na sala de aula, com tanta urgência de assuntos inacabados e dúvidas do que vivemos ou que viveremos.
E esta é a primeira vez em muitos anos em que não vou confundir a data do aniversário dela... "Paulinha meu aniversário foi no dia 24, não é hoje (26)"... Sempre achava que era 26, pelo menos eram poucos dias de diferença, né? rs
Parabéns, Perua!!
Obs.: Tive que postar antes, senão, por causa do fuso, você só ia ver a mensagem depois do seu aniversário!!

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