2 de fevereiro de 2011

Meu relato de Parto Normal

Bom, cabe avisar aos marinheiros de primeira viagem que este relato não é bem daqueles típicos de novela das 8, então, sugiro que se você se impressiona fácil, procure um relato mais "normal" pela blogosfera.
Posso garantir que você vai encontrar conselhos muito úteis e histórias inspiradoras, pelo menos eu me senti assim quando li muitas delas...

Bom, perdi tampão entre sexta (7/1) e sábado (8), daí, que como as contrações já estavam mais próximas umas das outras, fomos para maternidade. Trânsito na Radial (ADORO!!), mamãe no banco de trás e maridão segurando a minha mão, entre a primeira e a segunda marcha... rs
Eis que chegando lá a obstetriz me examinou e saiu o restante do tampão (jurava que já tinha saido tudo!) e o diagnóstico de apenas 1 dedo de dilatação.
Fomos para a salinha para fazer um cardiotoco, mas as contrações ainda não eram suficientes para dizer que eu estava próxima do nascimento do meu pequeno. E para aprontar com a mãe dele, ele dormiu durante o exame...
Daí, na hora de assinar a minha alta, a obstetriz me tranquilizou dizendo que se eu não voltasse no dia seguinte, o nascimento do Caio não passaria de terça-feira. Ufa, no máximo em três dias!
Dia seguinte (9), várias contrações, passamos o dia na casa de mamys, mas fomos para casa esperamos mais um pouco antes de ir para maternidade.
Demos entrada no hospital, às 23h, a mesma obstetriz do dia anterior abriu um sorrisão e disse acho que desta vez você fica. Adivinha quanto de dilatação? Eu, inocente, 5? Ela confirmou e correu para ligar para o meu médico.
Ele autorizou a internação e preechemos uma papelada sobre meu estado de saúde antes de eu subir para o Centro Obstétrico.
A dor tava ficando cada vez mais forte, mas todas as enfermeiras me receberam com um carinho extra a cada vez que eu confirmava que era parto normal.
Enquanto o Edu subia com as malas e assinava a papelada do convênio, eu fiquei numa salinha andando para ajudar a dilatar mais rápido.
Daí, surgiu a Márcia a obstetriz que ficou comigo durante todo o processo. Fomos para suíte de PN, cardiotoco devidamente instalado no meu barrigão... a cada vez que o coração do Caio acelerava, vinha uma contração super hiper. Praticamente uma hora depois da minha entrada do hospital, já estava com 7 pra 8 de dilatação, corre mandar o médico voar para o hospital.
Quando ele chegou, estourou a bolsa (aliás, esta foi a pior dor que tive que suportar, juro!!) e o anestesista me passou uma raqui porque eu teria risco de hemorragia no caso de uma peridural.
Daí, tudo pareceu bem moleza depois de anestesiada. A obstetriz mandava eu fazer força na hora da contração (eu não conseguia perceber sozinha quando estava com contração por causa da anestesia), o médico e o Edu na torcida para ver logo a cabecinha do pequeno.
Ele coroou, faz força e nada. A obstetriz fazendo parede (pressão sobre a barriga para ajudar o bebê a sair) e nada. O Edu dizendo que já dava para ver os cabelinhos, mais força e nada...
Daí, meu doc que é uma pessoa maravilhosa, disfarçou e disse que ia me ajudar a trazer o Caio para fora, pediu as espátulas para fazer forceps. Me pediu para avisar se eu sentisse alguma coisa diferente.
Ele começou a puxar o Caio e eu senti um dor lá dentro da barriga. Daí, eu falei que estava sentindo...
Ele falou seu filho nasceu e eu vi uma coisinha pequenina de bunda para mim. Um pouquinho mais de dor, cortou o cordão umbilical e a obstetriz, a enfermeira e a pediatra correram com o Caio para o bercinho aquecido.
O que estava acontecendo? Cadê um chorinho?
Era bomba de ar, aspira, mais ar... E a primeira visão que tive do rostinho do meu filho foi com ele entubado, indo para UTI.
Enquanto o doc me costurava, me explicou que o cordão umbilical era curto, daí, quando eu fazia força, ele saia, quando eu parava ele voltava pra dentro da barriga, por isso, ele se sufocou, acabou engolindo e aspirando líquido de parto. Só muitos dias depois o Edu disse que deu para ver que a carinha dele estava roxa quando saiu de mim.
Ele nasceu às 1h50, de 10 de janeiro, pesando 3,150Kg e medindo 49cm. Ficou respirando com ajuda de aparelhos apenas nas primeiras horas de vida. Na visita da tarde, o Edu disse que ele já estava respirando sozinho, dentro da encubadora.
E eu fiquei sem ver o Caio porque desmaiei, depois porque tive que colocar uma sonda (intercorrências da raqui). A primeira vez que ouvi ele chorar, acho que foi o momento mais feliz do mundo...
Eu fiquei internada 5 dias e ele 7.
A gente viu bebezinhos que nasceu depois dele terem alta antes, dava uma invejinha. O Edu ficou horas e horas no American Bar esperando eu voltar das mamadas e viu dezenas de vezes a apresentação que pedimos para a minha mãe gravar do Caio, mas ele não apareceu no telão, porque ver o nosso pequeno é só para raros!!
Dois bexigomas depois, 3 sondas e posso garantir que não me arrependi de ter feito parto normal. De que me adiantaria trazer um pequeno a mundo e não estar aqui para contar essa história?
Ainda vou chorar muitas vezes quando eu contar como foi o parto, vou chorar muitas vezes só de olhar ele dormindo tranquilo em seu quartinho azul e branco e agradecer todos os dias por Deus ter colocado ótimos profissionais e nosso caminho e por nos ter concedido a glória de estarmos juntos. Amém!!!

3 comentários:

Renata disse...

Emocionante!

Mamãe do Otávio disse...

Parabéns pela força!
toda a saúde e o amor do mundo pra vcs!
beijos

Unknown disse...

Amiga...vc é neguinhaaa guerreia!!!
agora é só amar cada dia mais esse filho tão querido!