14 de abril de 2010

Tédio (13/abr)


Dia de tédio profundo da minha alma!
Eu preciso urgentemente reclamar (com quem?), sobre o não ter o que fazer desta jurisdição. Sério, não sei o que caçar para me distrair um pouco.
Fora o silêncio que incomoda. Incomoda mais do que o não ter o que fazer (NTOQF)... silêncio faz parecer mais ainda que falta algo. O silêncio faz parecer que além de NTOQF, todos estão observando que você NTOQF!
Se ainda tivesse uma musiquinha, uma internetizinha, um (a) amiguinho (a) para passar o tempo... mas não tem e você tem que se contentar com este email, último recurso para comunicação com o mundo lá de fora...
Que triste!
O sol lá fora e não tem sorvete... ainda não encontrei um restaurante com geladeirinha da Kibon!
O sol lá fora, as pessoas circulando, mas não tem uma lojinha para comprar um sapatinho, uma bolsinha ou um elastiquinho de cabelo!
Um telefone super online e não posso nem ligar no banco para consultar o saldo, nem para minha mãe para ouvir ela contar as peripécias do bebê ou sobre alguma coisa que estiver vendo na tv.
Eu queria consultar uns cursos para fazer, mas nem escola consigo acessar neste computador movido a BrOffice.
Socorro!!!
Alguém aí me escuta?
Acho que estou enlouquecendo... ou talvez não, talvez isto seja um sonho. As luzes ficando cada vez mais difusas. Eu tou dormindo sobre a mesa? Socorro, alguém me acorda ainda estou na experiência!
Os olhos piscam e piscam... a boca se abre involuntariamente. Mão na boca, menina!!
Uma lagriminha no canto do olho, mais boca abrindo... mais pisca, pisca e nada!
Uma conversinha paralela... Ops, tou aqui! Quer minha opinião?
Silêncio.
Já acabou? Próximo tópico?
Ok, silêncio.
Tic, tic, tic, tic... meu teclado.
Nem o telefone toca...
Alguma palestra? Qualquer assunto me interessa...
Alguma coisa para entregar mesmo que seja no final do corredor? Não? Que pena...
Alguma notícia? Claro, que me interesso. Me interesso por tudo, conta que eu escuto, já que não posso acessar nem folhaonline daqui.
A cabeça coça ou coça para passar o tempo?
Os dedinho batucam na mesa e nada...
Faltam 3 horas para o término do sofrimento, para a liberdade condicionada ao retorno imediato até o próximo dia útil.
Limpa o olho... limpar do quê?
Digita, digita e faz uma força para não abrir a boca... difícil!
Checa se tem mensagens... eu checo mais não chega!
A tela balança ao sabor do vento lá fora da janela. Balança, balança... sol bate na tela.
As pessoas conversam. Conversam comigo? Tou aqui...
Um friozinho... é sono.
Marido, fica rico? É assim, amanhã não venho... durmo até tarde. Juro que faço uma papá bem gostoso.
Posso?
Não, né?
Arranca a pele do dedo, pega água, bebe a água...
Mexe na aliança, abre a boca, pisca, pisca.
Socorro!
Joga o cabelo para trás. Mexe nos dedos. Bebe água. Recebe o envelope, abre, entrega, senta.
Espera, ouve e pouco fala. Eu, pouco fala? Não acredito... então, não sou eu!
Pisca.
Frio nas costas.
Saudades da Clarice... saudades do Neim... E a vida passa através do olhos apáticos. Saudades!
Mais água, mais conversas dos outros. Virei figurante.
Abri a boca. Já disse para não abrir a boca!!
Tic, tic, tic
E nada. Faltam 2h30min. Vou chorar, mas se eu chorar é capaz que eu acabe dormindo mesmo.
Socorro!!!
Clic, clic...
Que sono!!!
SOCORRO!!!
Posso ir para casa lavar um banheiro? Só para eu me sentir mais aproveitável.

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